Ecologia e meio ambiente, Vegetarianismo

Espiritismo e o amor aos animais

Animais fofinhos

O Espiritismo trata os animais como os nossos irmãos mais novos na creação. Entre os espíritas, como entre todo mundo, há ideias diferentes sobre o amor aos animais. Há um documentário em defesa dos direitos dos animais que se chama Terráqueos.

É um documentário muito bem construído, de linguagem clara (este que eu postei é dublado; particularmente prefiro o legendado), que chama a atenção para um ponto de vista diferente. Ele supõe alguém que chegue de fora, alguém de um outro planeta, que venha conhecer a Terra e os seus habitantes. Alguém que não conheça nada sobre a Terra e os seus costumes. Alguém de um outro planeta que não sabe quem são os habitantes da Terra e como eles se comportam. Esse alguém verá aqui muitos seres. Animais selvagens de todos os tipos e tamanhos, animais nas águas, nos ares e na terra.

Espiritismo e o amor aos animais

Verá bilhões de animais presos, confinados para servirem de alimento para um outro ser, que parece comandar a coisa por aqui: O homem. Para esse alguém que vem de fora, somos todos terráqueos, pois somos todos habitantes da Terra. Gosto muito deste documentário, acho que todos deveriam assisti-lo.

Sou vegetariano pelos motivos que expliquei no artigo “Espiritismo: comer carne ou ser vegetariano?”.  mas nem por isso me considero um defensor dos animais. Nem acho que ser vegetariano seja grande coisa. Não sou um ativista, não dedico meu tempo em favor dos animais. Respeito quem faz isso. Em alguns casos admiro quem faz isso. Em alguns casos.

Porque vem se tornando comum, entre os defensores ou admiradores dos animais, dizer que preferem bicho do que gente. Em primeiro lugar alguns preferem mesmo é cachorro e gato, e não qualquer bicho, conforme escrevi neste artigo: Gostar de cachorro e gato não faz de alguém um defensor dos animais. Mas independente de qualquer coisa, é claro que qualquer pessoa tem o direito de gostar do que quiser, da maneira que quiser, como e quando quiser.

Tem muita gente que critica quem cuida dos animais alegando que esse cuidado devia ser dispensado a uma criança. “Tanta criança abandonada e essas pessoas cuidando dos animais.” Só que as pessoas que dizem isso, as pessoas que criticam quem cuida dos animais, também não fazem nada pelas crianças abandonadas. Não fazem nada pelas crianças e criticam quem cuida dos animais.

Devemos amar ao nosso próximo como a nós mesmos; palavras de Jesus. Como não conseguimos amar a todos os seres, devemos começar pelo próximo mais próximo, que é o nosso irmão, mãe, marido, pai, filho. Depois os parentes, e os colegas, e os vizinhos, e os amigos e conhecidos e estranhos, e até os inimigos. São os humanos. Os nossos próximos. Depois vem os animais. Estou errado? Você não é obrigado a concordar comigo. Para isso temos consciência, pra pensarmos por nós mesmos.

O que não concordo é em dar mais amor a um bicho do que a uma pessoa. Não acho que um animal tenha a importância de uma pessoa. Um ser humano traz consigo milhões de anos de investimento evolutivo. Recém estamos aprendendo a usar nossa consciência, e nosso grande problema tem sido justamente esse. O mau uso da consciência. Comparar a consciência de um animal à consciência de uma pessoa, de um espírito imortal, é uma atitude respeitável, mas que leva, necessariamente, à humanização dos animais. É inegável que estamos à frente dos animais. É inegável que quem representa o planeta somos nós.

Não acho que se devam substituir afetos humanos por afetos animais. Um animal, por mais adiantado que seja, nunca será um desafio à altura de nossas necessidades de aprimoramento moral. Como desenvolver nossa reforma íntima se não formos suficientemente testados? É fácil lidar com um cachorro, que perdoa o chute que levou segundos atrás. É fácil trocar afagos com um gato dócil que não exige envolvimento emocional e não quer que você mude atitudes e comportamentos.

Por outro lado, é preciso reconhecer o valor afetivo de um animal de estimação. Não há como negar que o animal desenvolve a capacidade de envolvimento, de doação de si mesmo, de dedicação espontânea do ser humano. Quem não conhece alguém intratável, impertinente, que, no entanto, trata seu animal com carinho e atenção?

Mesmo um malfeitor, um bandido odiento, é capaz de abrandar seu coração em contato com um cachorrinho. Mesmo alguém nessas condições, que parece desconhecer o amor, que parece não ser capaz de amar, consegue desenvolver seus melhores sentimentos e direcioná-los ao seu animal de estimação.

Não sou um defensor dos animais. Mas acho muito estranho e contraditório que algumas pessoas se digam defensoras dos animais e comam alguns deles no almoço…

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