Comportamento, Família

O espiritismo e a empatia

empatia

Morel Felipe Wilkon

Artigo publicado originalmente em 04/09/2012

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O Espiritismo ensina que somos iguais em essência, que todos fomos creados simples e ignorantes. Você consegue se colocar no lugar do outro? Consegue sentir o mundo do outro como se fosse o seu próprio mundo? A palavra que se usa para designar essa capacidade é empatia, que quer dizer “entrar no sentimento”. É uma das mais úteis ferramentas para a reforma íntima.

O espiritismo e a empatia: colocar-se no lugar do próximo

Se você tem essa capacidade, você é alguém que consegue perceber as coisas de que não gosta em si mesmo. Se você desenvolve a empatia é porque você reconhece com clareza as características desagradáveis de sua personalidade. Concorda com isso? Raciocine comigo: Se você não reconhece o que tem de podre em você, como vai compreender os podres do outro? Se você não nota os seus próprios sentimentos desajustados, como vai entender as loucuras do outro? Se você nunca viu dentro de si mesmo um abismo de possibilidades macabras, como aceitar que alguém seja capaz de insanidades pérfidas?

Por outro lado, se você não consegue compreender o outro, provavelmente você não tenha recebido o entendimento, por parte dos outros, de suas próprias necessidades e sentimentos. Se no decorrer de sua vida você não teve suas necessidades preenchidas, como compreender as necessidades do próximo?

Qual é a sua reação quando toma conhecimento de uma dessas tragédias televisivas? Você consegue se colocar no lugar do algoz ou só tem pena da vítima? Você condena imediatamente o criminoso de um desses crimes bárbaros, de uma dessas tragédias familiares chocantes? Você nunca sequer tentou se colocar no lugar de um desses nardonis da vida? Eu sim. Eu confesso que muitas vezes sinto mais compaixão pelo autor do crime do que pela vítima. Não podemos esquecer a Lei de causa e efeito e suas consequências para o espírito imortal.

Eu sei tudo o que já senti, de bom e de mau. Sei que as possibilidades humanas são imensas, do diabólico ao angelical. E sei que há momentos dificílimos na vida das pessoas. Há momentos de crise que são terríveis, e se a força moral não é suficientemente sólida, perde-se o controle sobre si mesmo. Se a fé não é forte o bastante, qualquer um sucumbe ao peso de uma crise instantânea.

Você não concorda? Eu não tenho a menor pretensão de querer que você concorde comigo. Mas procure analisar a si mesmo antes de responder: Você não concorda porque é indiscutivelmente imune ao desespero? Ou você não concorda simplesmente por não conseguir entender o que leva alguém a perder a cabeça desse jeito?

Mas não precisamos ir tão longe. Dentro do seu lar, dentro do seu grupo familiar, você consegue desenvolver a empatia? Você consegue perceber o mundo do outro como se fosse o seu próprio? Talvez você não saiba que a autoestima de cada um depende disso. Cada membro do grupo familiar quer se sentir importante, quer ter seus sentimentos respeitados. Às vezes a empatia é tudo o que uma pessoa precisa dentro de sua família. A ausência de empatia, a falta de compreensão, talvez seja a principal causa do fim de muitos relacionamentos promissores.

É a falta de empatia que faz com que as pessoas julguem e condenem, pois só se baseiam em seus próprios princípios. É a falta de empatia que leva as pessoas a acharem que tudo o que fazem está certo. Pois fizeram com boa intenção, fizeram como consideram correto. Deram o melhor de si mesmas. Mas esse “melhor de si mesmas” é o melhor de acordo com o seu julgamento, de acordo com o seu gosto, de acordo com a sua opinião. Não se deram ao trabalho de tentar olhar pela perspectiva do outro, não se esforçaram para se colocar no lugar do outro.

O que faz alguém ser capaz de saber o que sentimos? A sintonia com nossas dores, com nossas emoções, com nossas necessidades. Minha filha Sofia, quando viu o filme do Bambi pela primeira vez, chorou inconsolável quando se deu conta de que a mãe do Bambi tinha morrido. Isso é empatia. Se ver na pele do outro. Imaginar o sentimento do outro e senti-lo. É isso…

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