Evangelho

Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus

pedinte

Morel Felipe Wilkon

Começamos hoje a publicar as bem-aventuranças ensinadas por Jesus de acordo com o Evangelho de Mateus. Os textos são parte integrante do nosso livro Evangelho sem Mistérios, que você pode ler clicando sobre o título.

“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos ceus”. Mateus 5:3

Rohden argumenta que a melhor tradução é pobres pelo espírito, e não pobres de espírito ou pobres no espírito. 

mendigo de espírito
Pobre de espírito…

Pobres pelo espírito, ou seja, pobres por sua escolha, pelo seu livre-arbítrio, aqueles que são pobres não por necessidade, mas por darem mais importância às coisas espirituais. 

Um homem pode ser milionário, mas totalmente desligado do dinheiro; e ser ligado às coisas do espírito, pobre pelo espírito. Por outro lado, um homem pode ser um mendigo, morador de rua, e completamente apegado às suas tralhas, transferindo para as suas bugigangas o amor ao dinheiro que ele não tem. 

Um rico pode não sofrer se vier a perder o dinheiro que tem, enquanto um pobre pode sofrer pelo dinheiro que não tem. 

Não podemos pensar que Deus tem preferência pelos pobres. Essa ideia foi implantada ao longo dos séculos como forma de manter a massa sossegada, sem revolta. Mas os que pregaram e pregam ainda que Deus prefere os pobres quase sempre vivem muito bem, com muitos recursos materiais, sem saberem o que é ser pobre. 

O apóstolo Pedro, provavelmente sob inspiração mediúnica, nos lembra que “Deus não faz acepção de pessoas” (Atos 10:34). Deus é imparcial, não toma o partido de ninguém. 

Não há nada de errado em possuir dinheiro. O que é errado não é possuir dinheiro, mas ser possuído pelo dinheiro. 

O Universo é fartura e abundância, e o dinheiro é uma energia neutra. Esta energia será negativa ou positiva conforme a aplicação que dermos a ela.

Pastorino adota a tradução proposta pelo rosacruciano José Oiticica, “mendigos do espírito”. São aqueles que já se conscientizaram e imploram pelas coisas do espírito, mendigam as coisas do espírito, procuram espiritualizar-se o mais que puderem. 

Os pobres de espírito, então, são aqueles que já se conscientizaram e estão, pouco a pouco, se libertando do domínio da matéria e dando a devida importância ao espírito. São os que estão libertos da necessidade de posse material.

Os pobres pelo espírito, ou mendigos do espírito, que Champlim traduz como humildes de espírito, reconheceram, pela conscientização, a sua pobreza espiritual e tornaram-se receptivos a Deus, receptivos ao seu Cristo interno. 

Essa condição de receptividade provocada pela conscientização, essa ânsia pelas coisas espirituais é o que alicerça todas as demais bem-aventuranças. 
Sem esta condição de pobreza pelo espírito não haveria condições de praticar ou vivenciar as outras bem-aventuranças.

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