Esta é a terceira bem-aventurança ensinada por Jesus de acordo com o Evangelho de Mateus.
Esse texto é parte integrante do nosso livro Evangelho sem Mistérios, que você pode ler clicando sobre o título.
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos”. Mateus 5:6
Jesus se utiliza do principal e primeiro instinto animal para dar uma ideia da ânsia que alguém deve nutrir para conquistar essa justiça. A fome e sede é o instinto mais primário e o primeiro a dever ser satisfeito.
Quem tiver fome e sede de justiça será farto (ou saciado). Pastorino nos oferece em sua tradução a palavra justeza em vez de justiça. Ele afirma que o sentido da palavra é o de ajustamento às leis divinas, então é a fome e sede de ajustamento, ou melhor, de justeza, de ajustar-se, alinhar-se com as leis divinas.
Quem desejar ardentemente esse ajustamento com as leis divinas será saciado, será satisfeito no seu desejo, andará lado a lado com as leis de Deus.
Lembramos, aqui, que a quinta bem-aventurança é a misericórdia, e Pastorino acha que justiça e misericórdia não combinam. Acha que haveria contradição em ser justo e ser misericordioso.
Acreditamos que isso se aplica ao nosso dia-a-dia, ao nosso cotidiano material, mas não às leis de Deus.
A lei dos homens tem que ser justa, não misericordiosa. Quem comete um crime deve ser submetido à justiça; se for aplicada a misericórdia ao criminoso, não será feita a justiça.
Mas a misericórdia faz parte das leis de Deus. Talvez a característica de Deus de que nós mais nos beneficiemos seja exatamente a misericórdia.
Deus é justo e misericordioso ao mesmo tempo e não há contradição em Deus. Deus é justo através da Lei de causa e efeito, segundo a qual nós sempre colhemos o que nós plantamos, e Deus é misericordioso ao sempre nos oferecer novas oportunidades de recomeço.
A cada reencarnação, por exemplo, colhemos o que plantamos no passado, e nisso está a aplicação da Justiça de Deus.
Mas a chance de recomeçar num novo corpo, num novo meio, com o esquecimento do passado é a manifestação da misericórdia de Deus.
Essa fome e sede de justiça, para Huberto Rohden, é a atitude justa e reta perante Deus.
Devemos lembrar que a dor é um mecanismo de reajuste para com as leis de Deus. O caminho que leva a Deus é uma reta. Sempre que nos desviamos da estrada reta, enveredando em desvios e atalhos, experimentamos a dor. Mas assim que retomamos o caminho reto que leva a Deus nós nos livramos da dor.
Este ajustamento com as leis de Deus, esta fome e sede de justeza é a cura para as dores do espírito.
Para ler nosso comentário sobre a bem-aventurança anterior, clique sobre o título: Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a Terra.