Evangelho

Jesus existiu ou é um mito?

Jesus existiu

– Jesus realmente existiu?

O fato de alguém acreditar ou não em Jesus não faz desse alguém uma pessoa melhor ou pior.

Os maiores criminosos da História recente provavelmente não duvidavam da existência de Jesus, então não isso que determina o caráter de alguém.

Muitas pessoas criticam as instituições religiosas, principalmente a Igreja Católica, pelas guerras travadas em nome da religião. Outros criticam a religião pela manipulação das massas, o que realmente acontece.

Jesus não tem nada a ver com isso. Jesus não tem nada a ver com o que as pessoas fazem em nome dele.

Mas, mais recentemente, muitas pessoas, principalmente jovens, negam a existência histórica de Jesus. Dizem que Jesus é um mito, um mito inventado para a criação de uma nova religião. Essa afirmação é muito ingênua.

– Será que essas pessoas não se dão conta da dificuldade que seria criar um mito e manter essa ideia por dois milênios?

Já nos primórdios do Cristianismo havia grandes divergências entre as diversas correntes de pensamento cristãs. Há manuscritos preservados em que os diversos grupos trocam acusações entre si. No entanto, não existe nenhum manuscrito que coloque em dúvida a existência real de Jesus.

Esses jovens ingênuos dizem que a Bíblia não serve como fonte histórica. Esse não é o posicionamento dos historiadores. Os livros que compõe o Novo Testamento podem ser contestados sobre o que eles dizem a respeito de Jesus, como, por exemplo, em relação aos chamados milagres atribuídos a ele. Mas nada os desabona como fontes históricas que atestam a existência de um homem chamado Jesus.

Alguns alegam as diferenças entre os Evangelhos. Eu li todos os livros que tratam da História do Rio Grande do Sul e da Revolução Farroupilha. Há diferenças entre eles. Isso não quer dizer que os fatos narrados não tenham ocorrido ou que as pessoas mencionadas não sejam reais.

Mas, mesmo se nós não considerarmos o Novo Testamento, há registros suficientes que atestam a existência de Jesus.

O historiador romano Tácito, considerado um dos maiores historiadores da Antiguidade, cobriu o período do Império Romano entre os anos 14 e 69. Lembrando que Jesus foi crucificado provavelmente no ano 37. Tácito diz que o imperador romano Nero foi acusado de provocar um incêndio que devastou Roma no ano 64. Depois de relatar que Nero acusou os cristãos de terem causado o incêndio, Tácito explica que o nome cristãos deriva de Cristo, que no Governo do imperador Tibério foi mandado crucificar por Pôncio Pilatos. Isso está no volume 15 dos Anais de Tácito.

Outro historiador romano é Suetônio, autor do livro A Vida dos Doze Césares. Nesse livro, ao comentar o governo do imperador Cláudio, Suetônio menciona conflitos ocorridos entre os judeus em Roma. Ele afirma que os judeus que causavam tumultos por incitamento de Cristo foram expulsos de Roma pelo imperador Cláudio.

Plínio, o moço, além de ter sido um famoso orador, foi governador da Bítinia, onde hoje é a Turquia. Durante o período em que ele foi governador ele trocou uma farta correspondência com o imperador Trajano. Numa dessas cartas ele explica ao imperador como ele estava tratando os cristãos na Bitínia. Ele tentava obrigar os cristãos a renunciarem à sua fé, e caso eles resistissem ele os matava. Ele escreve que decidiu libertar os cristãos que aceitaram repetir com ele uma invocação aos deuses, que adoraram a imagem do imperador e que amaldiçoaram Cristo.

Outra fonte é o historiador judeu, que era cidadão romano, Flávio Josefo. Eu mesmo já coloquei em dúvida a autenticidade dos comentários de Flávio Josefo a respeito de Jesus. Cheguei a dizer que as passagens eram falsificadas. Mas a verdade é que existem diferentes manuscritos, oriundos de diferentes lugares, logo, embora haja algumas diferenças entre eles, a hipótese de falsificação ou interpolação já não pode prevalecer.

Flávio Josefo faz mais de uma referência a Jesus. Numa delas, tratando do sumo sacerdote judaico Ananias (Flávio Josefo era fariseu), ele diz que Ananias reuniu um conselho, diante do qual fez comparecer Tiago, irmão de Jesus, chamado Cristo. Isso está no livro 20 da obra Antiguidades Judaicas.

Além dessas fontes, há menções a Jesus no Talmude. O Talmude é um livro sagrado dos judeus, uma coletânea de discussões rabínicas. O Talmude diz que na Páscoa Jesus, o Nazareno, foi pendurado. Lembrando que os autores do Talmude eram frontalmente contrários a Jesus e aos cristãos. 

Poucas personagens da História Antiga têm tantas fontes atestando a sua existência quanto Jesus.

 

Não há o menor fundamento em dizer que ele não existiu.

 

– O que leva alguém a sustentar a ideia de que Jesus não existiu?

Provavelmente, a raiva da religião. Eu posso não concordar totalmente com isso, mas compreendo. Acontece que nós temos que saber distinguir Jesus e as religiões que seguem ou dizem seguir Jesus.

O ensino de Jesus, se fosse colocado em prática, traria paz à humanidade.

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