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Mediunidade – Inspiração espiritual na preleção evangélica

A inspiração espiritual não escolhe lugar
A inspiração espiritual não escolhe lugar

ARTIGO DE AUTORIA DE RODRIGO PNT

Faz tempo que não ministro preleções. Há algum tempo não ministro a palavra na tribuna e já sinto muita falta de pregar, pois a pregação na igreja é muito importante, visa corrigir e incentivar uma vida mais pura no evangelho do reino. Ainda que em muitas igrejas não seja assim, é para isso o sermão.

Há preletores que preparam um esboço sobre o que vão dizer na hora da preleção. Já comigo é diferente, nunca consegui preparar esboços sobre o que vou falar. Reconheço o valor de se elaborar um esboço sobre o sermão que se estará ministrando, mas comigo e com alguns preletores que conheci, a revelação da mensagem vem na hora. Sim, é dada pela espiritualidade no momento em que subo à tribuna.

É muito bom a inspiração que se recebe da espiritualidade sobre o assunto que se vai ministrar, acontece de maneira perfeitamente compreensível, pois o Espírito que ali está é que inspira ao preletor o que vai dizer e outros o magnetizam fazendo com que a sua voz saia magnetizada com energias que harmonizam o ambiente e curam enfermidades espirituais e físicas. Geralmente junto com esse mensageiro que inspira o preletor são enviados espíritos diversos em uma falange de operadores de curas, de sinais mediúnicos e abertura espiritual nos frequentantes encarnados.

Há irmãos que são magnetizados a tal ponto que projetam seu corpo astral, o que chamamos de arrebatamento. Geralmente eles voltam contando o que viram, mas às vezes não conseguem contar detalhes, apenas sentem que algo aconteceu. Certo dia o meu amigo e guia espiritual me disse que iria mostrar-me algo naquela noite. Eu estava em uma vigília na igreja, oração que atravessa a noite, muito comum nas igrejas evangélicas, e a espiritualidade então se abriu dentro da nave da igreja. Pude ver seres espirituais dançando no ar, pareciam espíritos de índios que possuíam em suas vestimentas alguns tentáculos de energia que encostavam nas pessoas enquanto eles dançavam e voavam de um lado para o outro. Essas pessoas que eram tocadas pelos tais tentáculos de energia saíam dos seus lugares falando em línguas e cantando honras a Deus, algumas caíam desacordadas em projeção astral, o arrebatamento. É muito bom tudo isso, porém é muito mistificado, mágico e se proíbe a análise racional. Eu discordo, pois é muito racional para mim, mas acho que existem exageros e muito charlatanismo envolvido nisso, embora não generalize.

A espiritualidade é ativa em todos os setores do convívio humano, visando despertar o ser encarnado e materialista para a percepção extrassensorial. Ao contrário do que se pensa, não é só o espírita que trabalha com mediunidade, pois ainda que algumas correntes não reconheçam a mediunidade inerente em si, nem por isso ela não ocorre. Podem mistificar, chamar por outros nomes, dom do Espírito Santo, poder de Deus, mas no fundo nada mais é do que a tão conhecida mediunidade que já acompanha o ser humano pela longa senda das múltiplas vidas.

Nas preleções, louvores, ministração de curas, profecia, a qual é a vidência, em tudo está a mediunidade, somos medianeiros da espiritualidade, médiuns, já que as duas palavras são a mesma coisa, e isso sempre foi assim desde essa humanidade sair da sua ingenuidade espiritual e adentrar pelas portas das três perguntas mais fascinantes que se encontram na boca humana; quem sou? de onde vim? para onde vou? Sim, após nós sairmos das malhas da luta pela sobrevivência, adentramos as primeiras descobertas espirituais com a religião que no primeiro momento foi boa para nos tirar das rudezas antigas e medievais, porém quando a própria religião tornou-se rude e estacionária, essa nos prejudicou trancando-nos em um longo período de malefícios e atraso moral.

Agora é hora de romper com o sectarismo religioso, a tradição estacionária e destrutiva, temos uma nova base doutrinária para a Igreja de Jesus Cristo. Sim, foi ele mesmo quem prometeu que enviaria o Consolador, o Espírito da Verdade, o qual faria lembrar das coisas que ele disse. Ora se era necessário lembrar é porque seria esquecido, tivemos um período de trevas religiosas onde muitas doutrinas fundamentais foram esquecidas ou suprimidas pela grande igreja e as demais que se disseram protestar somente seguiram suas práticas tradicionais retrógradas, banindo o estudo e a análise científica e racional.

Estranho, um deus que arma o ser com um profundo senso racional e crítico, mas tratando-se de espiritualidade e religião lhe nega exercer esses atributos forçando-o à fé cega e irracional. Sim, é estranho, pois que esse deus não é o Deus que a bíblia tentou nos mostrar ao longo dos milênios, não é o Deus das duas primeiras grandes revelações e muito menos o Deus da grande terceira revelação para a humanidade, pois que essas revelações sempre mesclaram-se com a natureza do ser humano aprendiz, e quando não desapareceram totalmente, sobrando apenas a negra natureza humana doentia como na época em que a grande igreja dominou.

Porém não é assim com a terceira revelação, já que essa acompanhará a razão e a ciência e sempre poderá se reformar. Infelizmente as igrejas como conhecemos desapareceram e uma nova igreja, uma Noiva renascida das cinzas dessa que agora está de pé, surgirá. Sim, a Noiva do Senhor Jesus, aquela imaculada em sua moral e ética, celeira de bons médiuns e boas virtudes, de mãos dadas com o espiritismo científico analisará tudo com a boa e velha razão, os místicos sumirão, os sectários desaparecerão e os dogmáticos já não haverá, pois a Terra encher-se-á do conhecimento do Senhor e os tempos serão outros, onde verdadeiramente haverá paz, a paz do Cristo Universal.

Rodrigo PNT É presbítero evangélico e admirador e estudioso da Doutrina Espírita.

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