Colaboradores

O espírita e as manifestações públicas

Protestos tomam conta do Brasil
Devemos participar das reivindicações sociais?

Estamos vivendo em tempo de manifestações públicas e significativa parcela da sociedade, mais amadurecida, está nas ruas reclamando prerrogativas que considera ser-lhe de direito.

Deve o espírita participar ativamente desse momento histórico, com maior engajamento? Como comportar-se diante do fato político e social, guardando fidelidade aos princípios doutrinários?

ESTAR NO MUNDO

Estar no mundo, sem ser do mundo. O conselho do Cristo, ainda, perdura para colocar luz em muitos problemas humanos. O da vivência política, por exemplo. É inquestionável que devemos tentar alargar os horizontes da Terra, na luta comum, junto a nossos irmãos, pela melhoria das condições sociais. Mas é preciso saber onde, por esse caminho, poderíamos perder de vista o Céu, pois se é necessário estar no mundo, participar do mundo, é preciso igualmente não ser do mundo, de um mundo que desconsidera Deus, e, que ante a violência do egoísmo dos que tudo têm, contrapõe apenas a rebeldia dos que estão privados de tudo. Onde, então, o equilíbrio? Ele não está, nos braços cruzados, certamente, na indiferença às dores sociais. Como não se encontra no radicalismo de qualquer colorido.

Portanto, o espírita não deve nem pode estar alheio às questões sociais que o rodeiam. O progresso da humanidade é uma constante, pois que não se admite retrocesso. O Espiritismo é revolucionário no sentido das mudanças sociais, e, embora várias modificações tenham sido feitas à base dos princípios que a Doutrina vem defendendo, muito resta a fazer. Por exemplo: a riqueza, a propriedade, o poder material, devem ser instrumentos a favor da coletividade. É a tese do condicionamento da propriedade ao bem-estar social. Melhor, dizendo, para o Espiritismo, a riqueza não deve ser estática, mas possibilitar o trabalho, a propriedade deve exercer sua função social e o poder central que não se centraliza exclusivamente no lucro, são forças que  a sociedade pode utilizar em benefício do conjunto. Dessa forma, uma melhor distribuição de renda e o efetivo condicionamento da propriedade ao bem-estar social seriam pontos importantes numa reforma da sociedade e do Estado. Mas é evidente que esse desprendimento dos bens materiais – em razão da consciência ou da lei – não poderia marginalizar o problema da educação que é fundamental para o homem e para a nação.

Quando isso ocorrer, todos terão a mesma possibilidade à escola, à assistência médica e hospitalar, ao salário e aposentadoria justos. Para tanto, o espírita onde estiver, deve influir para que esta sociedade relativamente justa que aspiramos possa ser alcançada. Em primeiro lugar, deve agir como cristão, exemplificando no escritório, na fábrica, nos vários postos e funções que ocupe ou exerça, procurando fazer justiça estimulando o respeito e a dignidade do homem e a compreensão pela diversidade de origens e de vida que são frutos ou reflexos da justiça da reencarnação. ( Revista Reencarnação -FERGS – Março/81).

Finalizando vale lembrar recomendação do Espírito Emmanuel: “Se nenhuma iniciativa de tua parte é capaz de resolver o problema em foco, nunca recorras a violência, mas sim continua  trabalhando e entrega-te à Deus”.

por Adão de Araujo

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