Comportamento, Evangelho

Lobo em pele de cordeiro

cordeiro espiritismo

Morel Felipe Wilkon

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“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores.” Mateus 7:15

Às vezes uma aparente boa ação produz mais malefícios que benefícios. É como o falso profeta, lobo em pele de cordeiro.

Qualquer pessoa é capaz de reconhecer algumas ações como boas ou más. Mesmo os menos evoluídos, mesmo os que não tiveram grandes orientações sabem que determinadas coisas são certas e outras são erradas.

Qualquer um percebe claramente que matar, roubar, extorquir, trair, caluniar, são coisas erradas, são más ações que não devem ser praticadas. Mas nem todas as ações e atitudes são assim tão facilmente classificáveis como boas ou más. Às vezes uma aparente boa ação produz mais malefícios que benefícios. É como o falso profeta, lobo em pele de cordeiro. É o caso de um pai ou mãe que acha engraçados os pequenos desvios do filho só porque ele é pequeno, ou que faz todas as vontades do filho achando que essa atitude cômoda é bondade.

lobos devoradores
Há ações que de boas só têm a aparência

Há algumas atitudes que podem parecer duras, mas são necessárias. Praticar o bem nem sempre é uma decisão muito popular. Não podemos pensar que ser bom é fazer tudo pelos outros. Pelo contrário. Muitas vezes temos que contrariar o próximo, temos que deixar que ele se vire por si mesmo, que ande com os próprios pés.

Você acha que não pode dizer não? Acha que dizer não é feio?

Aprenda a dizer não

É preciso dizer não muitas vezes, no interesse do próximo e como modo de preservar a si mesmo. Ser bom não é ser submisso, fazer vontades e atender pedidos estapafúrdios. Dizer sim pra tudo pode parecer bondade, mas não é. Nem pra quem diz, nem pra quem ouve. 

É preciso impor limites, é preciso cuidar do seu espaço e respeitar os seus valores. Ninguém tem o direito de invadir o seu espaço ou desafiar os seus valores. Na tentativa de ser caridoso, você pode permitir que as pessoas sejam invasivas e se intrometam em sua vida. Ninguém ganha com isso. Não há porque aceitar comportamentos absolutamente inadequados em nome de uma suposta tolerância. Da tolerância até a condescendência vai uma certa distância.

Você não é bom por ouvir fofoca de pessoas desequilibradas, você não é bom por aceitar que um colega fale mal do outro, você não faz bondade nenhuma em permitir que alguém reclame de tudo e de todos, despejando em seus ouvidos toneladas de mau-humor e amargura.

Não é bondade nenhuma abrir mão de suas convicções para conviver bem com determinadas pessoas ou grupos. Também não é bondade fazer pelos outros o que eles mesmos podem fazer por si. Você não é responsável pelas atribuições dos outros. Como ele se desenvolverá satisfatoriamente se alguém sempre sai em seu socorro, mesmo que ele não peça?

Nem sempre o que você faz ou diz para alguém é agradável. Temos que agir com amor, temos que ser solidários e desenvolver a empatia. Mas cada um é responsável pelas suas próprias experiências, e se alguém quer compartilhar suas particularidades com você, esse alguém deve estar disposto a ser contrariado.

Nem sempre temos respostas, e há ocasiões em que o silêncio é a melhor resposta. O silêncio faz pensar, faz refletir, e muitas vezes a melhor resposta exige reflexão. Outras vezes o melhor que podemos fazer é oferecer uma resposta aparentemente dura, por ser verdadeira, e a verdade nem sempre é agradável. Uma verdade dolorosa pode dar a impressão de maldade, de insensibilidade, mas pode ser necessária para abalar a estrutura, para que a pessoa abandone o comodismo e trace novos rumos em sua vida. 

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