Evangelho

O Novo Testamento na tradução de Haroldo Dutra Dias

haroldo dutra dias morel felipe wilkon

Morel Felipe Wilkon

Achei muito oportuno o lançamento, pela FEB Editora, da tradução do Novo Testamento realizada pelo Haroldo Dutra Dias. Conheço o Cristianismo desde os oito anos, quando li os Evangelhos pela primeira vez. Me refiro ao Novo Testamento. Quando comecei a estudar o Espiritismo já conhecia os Evangelhos há bastante tempo.

Talvez o que mais me agrade no Espiritismo seja o incentivo ao estudo. Quem não conhece o Espiritismo ou o conhece superficialmente, não imagina o campo imenso de estudo que ele oferece sob os aspectos filosófico, religioso e científico.

São tantos livros, tantos autores, tantas obras de valor, que corremos o risco de nos entusiasmarmos e fugirmos ao que nos levou a ele: O Evangelho de Jesus. O Evangelho é mais importante que qualquer outra obra. Os ensinamentos de Jesus são eternos, permanentemente atuais. Por isso digo que não sou kardecista, sou cristão. Tudo o que fazemos é tentar explicar o que Jesus nos ensinou, é buscar novos sentidos cada vez mais profundos no conteúdo do seu Evangelho.

Haroldo Dutra Dias é espírita
O Novo Testamento na tradução de Haroldo Dutra Dias

Por isso comemoro a tradução do Novo Testamento realizada pelo Haroldo Dutra Dias. O Espiritismo precisa se cristianizar mais. Sem a essência do ensinamento do Cristo, contida nos Evangelhos, tudo o mais que se estude fica menor. Há excelentes obras que tocam o coração, que emocionam, que ensinam, mas que não têm o alcance que só o ensino cristão bebido na fonte pode oferecer.

Nos acostumamos com tudo. De tudo formamos hábitos. Até o estudo, por mais meritório e bem intencionado que seja, pode ficar só nisso, estudo. Se não houver o firme propósito de uma mudança interna, o intelecto se contenta com o que recebe e a reforma íntima não sai do lugar.

Fomos fortemente influenciados por Allan Kardec e Chico Xavier, figuras de valor inestimável para a codificação, consolidação e propagação do Espiritismo. Mas o Espiritismo é o Cristianismo redivivo, então é hora de voltarmos à origem.

Somos espíritos que há séculos vêm teimando em sua verdadeira conversão ao Cristianismo. Evitamos, a cada passagem pela Terra, a transformação do homem velho no homem novo. Muitos de nós já não têm desculpas. Já somos esclarecidos e experientes o suficiente para começar a compreender o que Jesus veio nos ensinar. Já desviamos e retornamos ao caminho reto várias vezes, já experimentamos dor e arrependimento.

Jesus veio ao mundo nos mostrar o caminho que leva à realização e à felicidade. Nos esclareceu acerca da nossa natureza divina. Não é possível que dois mil anos não sejam suficientes para que nos disponhamos, de boa vontade, a ouvi-lo através dos Evangelhos. Ouvi-lo com ouvidos de ouvir, finalmente.

Sou favorável a que o Espiritismo direcione os seus esforços educativos no Evangelho de Jesus. A ênfase do estudo, do esclarecimento e da consolação deve partir do Evangelho. As obras técnicas ou psicografadas devem ser um complemento, um desenvolvimento, necessário e útil, do conteúdo do Evangelho.

Que a tradução do Novo Testamento que o Haroldo Dutra Dias nos oferece seja o marco de um novo interesse em estudar os Evangelhos direto da fonte. Sabemos que muitos não têm recursos intelectuais ou culturais para buscar sentido nos ensinamentos do Evangelho. Mas sobre isso deve recair o esforço de quem se dispõe a ensinar e de quem se dispõe a aprender. O Evangelho ensina a pensar e ensina a sentir.

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