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As profecias e o Consolador prometido: o Espiritismo

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As profecias e o Espiritismo

Profecias da Bíblia apontam para o surgimento do Espiritismo, o Consolador prometido por Jesus.

ARTIGO DE AUTORIA DE RODRIGO PNT

No outro artigo falei sobre o Israel espiritual e muitas pessoas não entenderam. E não poderiam entender mesmo, já que se trata de uma concepção minha sobre aquilo que as profecias bíblicas dizem. Agora quero explicar melhor aquilo que tentei mostrar.

Se quiser ler o artigo anterior, clique aqui: Ressurreição ou reencarnação?

No Antigo Testamento, sob primeira revelação mosaica, quer dizer, confiada a Moisés, o Espírito de Iavé promulgou leis e estatutos para os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó este chamado espiritualmente de Israel, o qual teve doze filhos e desses filhos veio o povo intitulado povo de Israel, ou Israel de Deus, os quais receberam por promessa de Iavé as terras do crescente fértil no oriente médio e ali se estabeleceram até o império babilônico, o qual os tirou de lá destruindo a cidade e o seu templo e levando os poucos que haviam restado, já que muitos fugiram para Babilônia onde foram escravizados.

Um profeta chamado Jeremias, do povo de Israel, predisse que após setenta anos Israel voltaria para as suas terras e reconstruiriam o templo, o que se deu no império medo-persa sob a ordem do rei Ciro. Mas em Babilônia Daniel, outro profeta, por visões espirituais foi esclarecido a respeito desses impérios os quais eram representados por animais terríveis e eram os quatro maiores impérios que governaram o mundo antigo: Babilônia; medos e persas; grego e romano; e este último era o que dominava nos dias do Cristo. Também entendeu Daniel que aquelas profecias que lhe eram dadas tinham um tempo muito comprido para se concretizar, e os setenta anos da reconstrução da cidade israelita, nas profecias se multiplicavam para setenta semanas de anos, e também havia outro número que perfazia dois mil e trezentos dias que, ao final, prometeu o anjo ao profeta Daniel, o santuário seria purificado. Assim entram muitos assuntos de cerimônias e ritos judaicos que são muito cansativos de estudar, mas que representam acontecimentos na Terra, porque tudo é um antítipo dos acontecimentos futuros.

Baseado nessas profecias de Daniel temos a morte do Cristo e sua ressurreição perfazendo dessas setenta semanas de anos, sessenta e duas semanas; tal qual o anjo falara a Daniel que seriam divididas sessenta e duas semanas e sete semanas e após as sessenta e duas semanas de anos veio as outras sete semanas nas quais o povo de Israel foi perseguido e destruída a sua cidade novamente, agora pelo general Tito, de Roma, no ano setenta do nosso tempo. A marcação para o princípio das setenta semanas seria nos dias do imperador Ciro, o persa, já que foi ele quem determinou a volta dos israelitas para a sua cidade naqueles dias e terminaram como já dissemos no ano setenta da nossa era com a destruição da cidade e a morte de muitos israelitas judeus.

Mas ainda ficou faltando um número lembra? Sim, os dois mil e trezentos dias, que são relatados como duas mil e trezentas tardes e manhãs, alguns estudiosos dizem que se trata de sacrifícios oferecidos sobre o altar de Israel que se fazia um à tarde e outro pela manhã, porém nos originais daquela língua israelita não é usada essa expressão, mas sim a expressão como em Gênesis, na criação, que fala “houve tarde e manhã” e por isso podemos traduzir a expressão “duas mil e trezentas tardes e manhãs” por “dois mil e trezentos dias” que são dias literais e estendem-se até a libertação dos judeus nos dias do sacerdote Matatias, o qual expulsou  Antíoco Epifânio de Israel, que pretendia helenizar os judeus  profanando o altar e mudado os costumes do povo de Israel.

Mas o que muitos não entendem é que essas profecias que marcam dias e semanas no livro do profeta Daniel têm duplo sentido, pois como vimos o tempo que Israel permaneceria no cativeiro babilônico seria de setenta anos, e o tempo da reconstrução da cidade na volta deles até o Cristo e a destruição da cidade novamente por Tito, no ano setenta da nossa era, seria de setenta semanas de anos, o que equivale a quatrocentos e noventa anos desde Ciro, que os libertou, até Tito, que os destruiu. Assim também os dois mil e trezentos dias desde Ciro até Antíoco, no ano 175 a.C, multiplicam-se para dois mil e trezentos anos, ou seja, desde a libertação dos Israelitas por Ciro, o persa, o anjo prometeu a Daniel que o santuário seria purificado após dois mil e trezentos anos, assim como foi purificado a dois mil e trezentos dias no ano 175 a.C, quando o purificaram da tentativa de Antíoco pôr a imagem do deus grego Zeus no templo. Mas resta saber que altar seria purificado, pois nos dias do império selêucida, quando os judeus expulsaram Antíoco, já vimos que foi purificado o altar do templo judaico, porém no fim dos dois mil e trezentos anos que altar seria purificado?

No século XIX apareceu um homem chamado Guilherme Miller pregando que a profecia de Daniel se findaria naquele século, mais precisamente em 1845, e o santuário seria purificado pela volta do Cristo. Ele entendeu, pelo estudo sistemático da Bíblia, que desde a libertação dos israelitas por Ciro até 1845 perfariam os dois mil e trezentos anos da profecia. Até aquele século ninguém pregava a volta do Cristo, e os que o seguiram nessa pregação ficaram sendo conhecidos por “adventistas”, já que pregavam o advento do Cristo. Miller compreendeu, pela a análise das profecias de Daniel e de Apocalipse, que houvera um tempo de decadência e apostasia cristã que perfizeram mil duzentos e sessenta anos, o que se deu com o papado e com a inquisição, que também representa a tentativa de Antíoco helenizar os judeus e adorarem os deuses gregos. Assim também o papado e a inquisição lutaram para forçar os fiéis daqueles tempos a adorarem a igreja, o papa e todo aquele sistema de coisas impostas pelos papas antigos.

Bom, Miller entendeu que todos essas cronologias de tempos proféticos, os setenta anos, as setenta semanas, os mil duzentos e sessenta anos, estavam inseridas nas duas mil e trezentas tardes e manhãs proféticas de Daniel, as quais findariam em 1845, e ele pregou com toda a fé que possuía que Jesus iria voltar. Porém, como sabemos, a fé destituída da razão é ilusória. O Cristo pode não ter vindo com aparência física, como ele mesmo disse que o reino de Deus não é de aparência, mas certamente ele mandou o seu Consolador profetizado, o Espírito da Verdade que o mundo não pode ver por que não é do mundo.

Doze anos depois da data marcada por Miller, precisamente a 18 de abril de 1857, sai a primeira obra intitulada O Livro dos Espíritos, e o altar foi purificado, não mais o altar material lá dos israelitas em seu templo que nem existe mais, e sim o altar espiritual de cada ente encarnado e desencarnado, porque agora toda sujeira e hipocrisia imposta pela religiosidade e fanatismo, os quais mataram queimados, afogados, caçados em nome de um deus estranho, posto que este não era o Pai Criador de todos os homens. Sim, agora o altar para chegar a esse Pai estava purificado pela chegada da fé raciocinada, o Espiritismo.

Miller não entendeu aquilo que pregou porque a razão não acompanhou a sua fé, mas após o Cristo não voltar ele se recolheu à sua casa e à sua igreja para continuar vivendo a sua vida dentro daquilo que houvera recebido. Muitos inventaram outras doutrinas e explicações para tentar satisfazer a sua fé e prosseguem até hoje em seu raciocínio religioso, mas Miller nunca prosseguiu com eles. Certamente após o seu desencarne ele compreendeu tudo o que fora induzido a fazer. Assim como os seguidores do Cristo não entenderam a sua morte, já que esperavam um Messias que os libertasse dos males terrenos, assim também os seguidores do advento não puderam entender quando o Cristo não desceu do céu para os libertar, pois ele não descerá jamais, pois somos nós que devemos subir a ele, não haverá restabelecimento de israelitas carnais aqui na Terra como nação de Deus novamente, porque os mesmos estão espalhados dentre todas as nações, literalmente, já que reencarnaram em diversos países. O que há é a reunião deles sob um ensinamento, sim, uma doutrina, todos eles serão ajuntados por Deus debaixo do mesmo ideal, debaixo de todos os ventos, como nos diz a Bíblia. Nesses dias estão sendo reunidos em um só propósito todo o Israel espiritual de Deus. 

“Certamente te ajuntarei todo, ó Jacó; certamente congregarei o restante de Israel; pô-los-ei todos juntos, como ovelhas de Bozra; como o rebanho no meio do seu pasto, farão estrondo por causa da multidão dos homens.”  (Miquéias 2 : 12)

…que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado.

E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, E desviará de Jacó as impiedades.

Mas esse Israel é o espiritual, sim, os espíritos que animaram aquele Israel antigo e que hoje se acham dispersos animando várias raças, sim, as profecias cumpriram-se e hoje Israel não está mais no mundo como nação, apesar de haver uma nação israelita na palestina, mas esse israelita das promessas e profecias bíblicas é você, caro irmão que crê na reencarnação como Justiça de Deus, que tem uma fé raciocinada, sim, você, eu, nós evoluímos, é assim que vejo e hoje todos os que entendem esses princípios que o Espiritismo trouxe, ainda que não seja espírita, na minha opinião é do Israel espiritual de Deus. 

Rodrigo Pnt é presbítero evangélico e estudioso da Doutrina Espírita.

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