Comportamento

Espiritismo e o desapego

fotos velhas

Artigo publicado originalmente em 23/11/2012

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Uma das características do espiritismo é a ausência de símbolos e imagens. Diferente da umbanda ou do catolicismo, por exemplo, que não abrem mão do uso de imagens em sua manifestação religiosa.

Ao dispensar os simbolismos, o espiritismo dá uma maior ênfase ao domínio do pensamento, ao domínio da sintonia mental que procuramos, sem o auxílio de um condensador vibratório intermediário.

Todos nós somos, em maior ou menor escala, dependentes de alguns símbolos. Precisamos de imagens, coisas, objetos que nos ajudem a concentrar nossas energias. Usamos vários desses símbolos no dia-a-dia. Quer um exemplo? Quando você olha uma foto para lembrar de alguém, você está usando um símbolo.

A música, muitas vezes, nos remete a situações e sensações que experimentamos no passado. Também pode ser usada para nos sintonizar com determinado estado de espírito, como a relaxação. A música ativa dados guardados em nossa memória que nos levam a estados vibracionais diversos.

casa assombrada
Livre-se das coisas inúteis!

Assim também acontece com coisas que guardamos. Roupas que nos lembram ocasiões em que as usamos, cartas e bilhetes de pessoas ou situações que não fazem mais parte de nosso cotidiano, objetos que não têm mais utilidade, mas aos quais atribuímos valor sentimental.

Você acha que vale a pena guardar coisas por causa das emoções associadas a elas? Será que essas emoções e lembranças ainda têm alguma utilidade prática pra você? Você acha que é benéfico ter tanta energia aprisionada dentro da sua casa?

É muito comum o caso de pessoas que desencarnam e não abandonam a casa em que habitavam. Mesmo depois de desencarnadas continuam morando na mesma casa e mantendo os mesmos hábitos, indefinidamente. São pessoas que não conseguem se desvencilhar de situações e condições do passado. O passado passou! O que há de proveitoso nele está internalizado em você; o que aconteceu de útil no seu passado já faz parte do seu patrimônio espiritual. Você não precisa de um monte de coisas materiais pra manter esse vínculo emocional com eventos que já passaram.

Você pode ter dificuldade de se desfazer de coisas que um dia tiveram grande importância pra você. Objetos nos quais você concentrou muita estima em outras fases de sua vida. E tem pena de abandoná-los. Agindo assim você está aprisionando energias estagnadas em sua vida. Está impedindo que a vida siga seu fluxo natural. O que foi, foi; não volta mais.

É bom começar a desenvolver o desapego. Livrando-se de coisas que você não usa, você estará automaticamente liberando emoções que não condizem mais com quem você é hoje. Por melhores que tenham sido essas emoções um dia, por mais que tenham tido valor no passado, elas não têm mais nada a ver com você.

A tendência de não se libertar do passado atinge sua força máxima ao se reportar a pessoas. Você provavelmente conhece alguém que não se conforma com o afastamento de outra pessoa, seja uma mãe que não admite que o filho tenha vida própria ou uma pessoa que não se conforma com a separação, mesmo que não ame mais quem partiu. É o sentimento de posse, é o aprisionamento de emoções e energias ligados a coisas e pessoas.

Aprenda a se libertar cada vez mais de vínculos com o passado. A vida é um eterno agora. Deixe que a vida siga o seu fluxo normal. Sua energia pessoal é muito importante para que você a deixe espalhada por aí, embaraçada em coisas que já não fazem parte do seu cotidiano.

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