Emmanuel propôs a Chico três pontos cruciais para o bom desempenho da tarefa. Seu primeiro conselho, disciplina; o segundo, disciplina; e o terceiro, disciplina.
No início da atividade mediúnica de Chico Xavier, Emmanuel lhe perguntou se ele estava realmente disposto a dedicar-se à tarefa que lhe era atribuída. Emmanuel falava em trinta livros, só pra começar – no total, foram mais de quatrocentos…
Chico temia não estar à altura do compromisso. Também receava ser abandonado pelos bons espíritos. Emmanuel lhe garantiu que isso não aconteceria, desde que ele se dedicasse ao trabalho, ao estudo e ao esforço no Bem. Emmanuel propôs a Chico três pontos cruciais para o bom desempenho da tarefa. O primeiro, disciplina; o segundo, disciplina; e o terceiro, disciplina.
Acredito que o principal motivo de reencarnarmos, em nosso estágio evolutivo, é para adquirir disciplina. Poderíamos dizer, como muitos gostam, que estamos aqui para aprender a amar, e é verdade. Mas o amor que normalmente dizemos sentir está ainda muito longe do amor verdadeiro, incondicional. E para que saibamos, um dia, como é esse amor, precisamos disciplinar os nossos sentimentos, até isso a que hoje chamamos de amor, e que é, realmente, um esboço do amor verdadeiro.
Antes que alguém pense em citar o amor de mãe como exemplo de amor incondicional, é bom lembrar que fazer vontades, atender a todos os caprichos e passar a mão na cabeça dos erros dos filhos não tem nada a ver com amor incondicional. Amor requer disciplina de sentimentos, e para isso é preciso dizer não muitas vezes.
Algumas pessoas conseguem se sobressair mesmo sem disciplina. São exceções, que chamam a atenção por algum talento extraordinário, quase sempre com prazo de validade. Vencer sem disciplina é antinatural, é contra as regras do jogo da Vida. No Universo tudo é disciplina, na Natureza tudo é disciplina. Como seres dotados de livre-arbítrio, podemos viver muito tempo driblando as regras. Se a estrada da disciplina é uma reta, podemos fazer curvas e desvios, podemos inventar atalhos e estacionar indefinidamente. Mas andar fora da estrada reta tem um preço. Esse preço é a dor. Sempre que desviamos do caminho reto das Leis de Deus, que disciplinam a nossa vida, somos surpreendidos pela dor.
A única alternativa viável é o caminho reto, que é a disciplina.
Recebo queixas de todos os tipos. Desde coisas banais até os casos mais complexos. De todos os que se queixam e pedem orientação percebo como característica básica a falta de disciplina. A começar pelo pensamento.
Espiritismo e a importância do pensamento
O começo de tudo é o pensamento. O que determina o modo como vivemos é o nosso padrão de pensamentos. Há pessoas que vivem com medo de tudo, mas não deixam de assistir aos noticiários sangrentos da televisão e de procurar tragédias e notícias macabras na internet. Alimentam a sua mente com banhos de sangue, estupros, assassinatos, desgraças de todo tipo, e não entendem por que têm pesadelos e vivem amedrontadas. Ou, então, consomem quilos de pornografia na internet e não entendem por que são infelizes no casamento ou porque os seus relacionamentos não dão certo, ou porque sua vida sexual não é satisfatória.
Espiritismo e os relacionamentos amorosos
Há os que percebem que precisam mudar, notam que alguma coisa está errada, mas não se dão conta de que a única maneira de abandonar os maus hábitos é adquirindo bons hábitos. O velhos hábitos devem ser substituídos! E para isso é preciso disciplina. É preciso agir!
Somos escravos dos nossos hábitos
Não sou médico, e sempre que escrevo sobre algo que requereria algum conhecimento específico, cinco ou seis criticozinhos me atacam. Mas não precisa ser médico pra saber que grande parte, ou a quase totalidade dos casos de depressão derivam da falta de ação. E muitos deles seriam facilmente superados com ação. Ação, atividade, produtividade, utilidade, vida!
É impressionante o número de pessoas querendo esclarecimento acerca de determinados assuntos que, no entanto, não se animam a ler, a estudar. Inúmeras pessoas sentem os reflexos da mediunidade que não foi estudada e desenvolvida, sabem disso, sofrem com isso, mas não de dão ao trabalho de ler meia dúzia de livros, de participar de um grupo de estudos no centro espírita, de adquirir novos costumes. Tem gente que tem preguiça até de orar!
É preciso ação, e ação disciplinada. É só uma questão de hábito. É só acreditar que depois de algum esforço inicial, mesmo que sem muita vontade, tudo começa a fluir naturalmente, tudo começa a ficar mais fácil, e os novos hábitos vão se tornando prazerosos. Os que se decidem a seguir a disciplina não se arrependem. De vez em quando algum deles me comunica os seus sucessos, os seus progressos, e é muito reconfortante ver que nem tudo está perdido…