Há alguns anos que não assisto televisão. Nem tenho mais televisão em casa. Não leio jornais, não acompanho o noticiário. Já comentei sobre isso em outras oportunidades. Mas, passado algum tempo, percebo que agi certo em abandonar esses hábitos.
Algumas pessoas me perguntam como faço para me manter informado – mas informado sobre o quê? Sobre a cotação do dólar, o índice Nasdaq, o preço do barril de petróleo, a crise no Oriente Médio (desde que me conheço por gente tem crise no Oriente Médio), a corrupção, os crimes do momento? Isso é informação? Quem disse que isso é informação? Quem decidiu que isso deve fazer parte da minha vida? Que interesse eu tenho sobre esses assuntos?
– Ah, mas o mundo está em crise, há os refugiados, há uma crise política!
Desde que o mundo é mundo que ele está em crise. E quando não houve crise política no Brasil?
Você acha que o mundo está piorando?
Não posso agir diretamente em relação a esses temas. Não tenho como resolver nem sequer contribuir para a resolução desses problemas. Posso orar pelos refugiados. Posso votar com maturidade. Só isso. Poderia fazer mais, se esse fosse o meu objetivo de vida. Mas não é. Meu objetivo é propagar o Evangelho, difundir o Espiritismo de forma clara e coerente, fazer refletir. Se conseguir que uma pessoa se conscientize a partir do meu trabalho de difusão, ótimo: estou realizado.
Há uma falsa noção de que precisamos saber dessas coisas. Mas essa noção é pregada pela grande mídia. Um grupo de pessoas decide o que deve ser notícia.
O que a mídia quer é rebanho dócil
Se você não reparou ainda, passe a reparar que os assuntos noticiados são sempre os mesmos, mais ou menos aqueles que resumi acima. Os jornais têm uma “linha editorial” e é sobre isso que falam ano após ano, década após década. Não fazem isso por bondade, certamente. Fazem isso para manterem o sistema como está. Eles lucram, seus patrocinadores lucram, e está tudo bem. Para eles, é claro. Depois tem o futebol, a novela, algum bigue bosta e o povo permanece hipnotizado em frente à TV.
Transição planetária e decadência
Há muita coisa boa a ser noticiada, mas nenhum grande veículo de comunicação tem interesse nisso. Eles querem manter as coisas como estão. Mas nunca houve tantas pessoas ocupadas em ajudar o próximo, em fazer trabalho voluntário, em promover mudanças, em construir um mundo melhor.
Quando você muda, o mundo muda
Muitas dessas iniciativas são ingênuas, tímidas, mas são o indício claro de que o processo de mudança está maduro. A massa não percebe isso ainda, justamente porque seus componentes estão… “bem informados”.
O mundo está mudando rapidamente. E para que façamos parte da mudança é preciso mudarmos a nós mesmos. E não há como mudar a si mesmo sem uma mudança de hábitos.
Somos escravos dos nossos hábitos
Além disso, como o tempo é escasso, temos que ter prioridades. E poucas pessoas se dão conta do tempo que perdem em frente à televisão, ou do rádio, ou do jornal. Perdem um tempo precioso com fofocas de políticos, com comentários baratos sobre futebol, com tramas surradas de novelas, com intimidades ridículas de pseudocelebridades, com crimes horrorosos, com notícias espalhafatosas de violência, com tudo o que há de negativo no mundo.
Nesses últimos anos, sem televisão, vejo um mundo melhor. Cheio de coisas a serem corrigidas, cheio de gente maluca, mas um mundo melhor, um mundo que busca soluções, pessoas que buscam soluções. Vejo pessoas que trabalham pela própria espiritualização, pessoas que se ocupam em socorrer a quem precisa, pessoas que não aparecem na televisão e nos jornais.
O tempo que eu poupo me livrando da grande mídia eu invisto em espiritualidade, trabalhando, falando, escrevendo, aprendendo e ensinando sobre o que somos em essência: seres divinos estagiando num planeta em transição.
Tive algumas dúvidas, no começo. Fui chamado de alienado. Hoje estou certo de que essa decisão é salutar. Minha filha Sofia tem sete anos e nem sabe direito o que é televisão. Assiste filmes e desenhos em DVD ou pela internet, não conhece comerciais, não é dominada pelo consumismo precoce. Aliás, não tenho filhos consumistas, o que é um alento.
Há coisas interessantíssimas a serem vistas, estudadas, conhecidas. Há pesquisas, descobertas, novidades de verdade acontecendo no mundo. Mas não é através da grande mídia que teremos acesso a isso. Em tempos de internet, não há porque permanecermos escravizados por uma ditadura midiática que só tem a nos empobrecer como seres.
